A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) promoverá na próxima quarta-feira, dia 27, o Dia Nacional de Paralisação em Defesa dos Correios. Segundo a entidade, a mobilização visa a alertar a população quanto ao desmonte da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos diante da falta de concurso público e das péssimas condições de trabalho. Os Correios chegaram a anunciar um novo concurso no ano passado, mas a seleção foi temporariamente suspensa em função do ajuste fiscal do governo.
Os Correios têm sofrido com diversos tipos de problemas relacionados à gestão e, com relação à questão de pessoal, a federação argumenta que a ausência de concursos e a continuidade dos programas de desligamentos acarretam ainda mais sobrecarga para os trabalhadores que permanecem na empresa. A federação também chamou a atenção para o adoecimento de funcionários, em função de exaustivas horas de trabalho, por falta, principalmente, de reposição do quadro.
Entre o fim do primeiro e o início do segundo trimestre deste ano, diversas unidades dos Correios anunciaram a paralisação de suas atividades ou a entrada em estado de greve, em razão da falta de pessoal e de condições de trabalho. Para suprir a demanda de pessoal no Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) em Itaipava, na Região Serrana, onde a necessidade é de 15 trabalhadores, segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Rio de Janeiro (Sintect-RJ), Ronaldo Martins, a empresa anunciou a contratação temporária de terceirizados. De acordo com Martins, o vice-presidente de Gestão de Pessoas dos Correios, Heli Azevedo, reconheceu recentemente a necessidade de 450 novos funcionários no estado. Para o sindicato, são necessários 900 novos trabalhadores.
O concurso anunciado no ano passado seria para cerca de 2 mil vagas e formação de cadastro de reserva nas funções de carteiro e operador de triagem, pertencentes ao cargo de agente de Correios. Ambas tem como requisito o ensino médio completo e proporcionam remuneração inicial de R$2.885,37 e R$2.348,87, respectivamente. Os valores são para trabalho de segundo a sexta e incluem benefícios
e adicionais. Para quem trabalha de segunda a sábado, os ganhos são de R$3.017,42. As contratações são pelo regime celetista.
Para o Rio, a oferta prevista era de 144 vagas. Após a suspensão, a empresa tem reiterado que está reavaliando a necessidade de pessoal nas diversas unidades. Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA semanas após a suspensão, o diretor da estatal no Rio de Janeiro, Márcio Vieira, estimou que o novo levantamento de pessoal deverá ser finalizado neste segundo trimestre, com o edital do concurso sendo divulgado no meio do ano.
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