Com o prazo para o envio de pedidos de concurso para o Ministério do Planejamento próximo de se encerrar (vai até o dia 31 deste mês), é grande a expectativa por um posicionamento do Banco Central (BC) com relação ao assunto. Em janeiro deste ano, o BC havia informado que faria a solicitação de uma nova seleção, porém, até o momento, não se sabe se isso foi feito ou não.
FOLHA DIRIGIDA consultou a autarquia quanto ao encaminhamento da solicitação do concurso até o fim deste mês, quando expira o prazo concedido pelo Planejamento, e a resposta foi que essa possibilidade está sendo examinada. O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Daro Piffer, afirmou que cobrará do banco o envio da proposta. A eventual solicitação poderá abranger os cargos de técnico (nível médio), analista e procurador (ambos de nível superior).
Segundo Piffer, a falta de pessoal em áreas importantes como a de fiscalização tem sido mascarada pela falta de verba, que impede o pleno desenvolvimento da atividade, uma vez que mesmo que houvesse recursos financeiros, não haveria servidores em quantidade suficiente. Em nota na qual critica o desejo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o banco priorize as políticas cambial e econômica, o Sinal destacou a importância do setor.
De acordo com a entidade, a fiscalização do sistema financeiro foi decisiva para que o país pudesse passar quase sem sobressaltos pela grave crise financeira de 2008. O Sinal alertou que a atividade precisa ser retomada em sua plenitude “para que se possa deixar claro para a sociedade que o BC continua alerta, buscando detectar operações financeiras que possam vir a prejudicar a sociedade brasileira, inibindo práticas criminosas que assaltam a economia da nação.”
Piffer disse ainda que diferentes setores da área administrativa têm se queixado da falta de pessoal. O déficit na autarquia é de 35,3% do quadro máximo de pessoal previsto em lei, que é de até 6.470 servidores.
E caso o pedido de concurso não seja feito, o BC poderá ficar impossibilitado de admitir novos servidores pelos próximos três anos (em função do tempo necessário para a autorização, realização do concurso e nomeação dos aprovados, caso o pedido seja feito apenas no ano que vem), ao mesmo tempo em que muitos servidores podem se aposentar no período. Pelas contas do Sinal, em torno de 600 funcionários já reúnem os requisitos para aposentadoria e podem deixar o banco a qualquer momento. Para este ano, o BC estima que ocorram 170 aposentadorias.
Requisitos - O cargo de técnico tem como requisito o ensino médio completo (há projeto de lei propondo exigência de nível superior), enquanto que o de analista é destinado aos graduados em qualquer área. O cargo de procurador, por sua vez, é voltado aos advogados com experiência mínima de dois anos de prática forense.
As remunerações iniciais são de R$6.463,44 para técnico, R$16.286,90 para analista (ambos a partir de agosto, conforme acordo salarial celebrado com o governo) e R$17.788,33 para procurador, já com o auxílio-alimentação, de R$458. As contratações ocorrem pelo regime estatutário, que dá direito a estabilidade.
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